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domingo, janeiro 23, 2005

Entrevista Flavia Vivacqua

A Flavia Vivacqua é Mestranda em Artes Visuais pela UNICAMP e formada em Licenciatura em Artes Visuais pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo. Atua também como articuladora e organizadora de diversas mostras de arte e coletivos, como o 48horas, Reverberações, Encontro de Coletivos Chave Mestra, Rede CORO, Grupo Braço e outros.

Aqui nesta entrevista realizada no SESC Vila Mariana em São Paulo no dia 4 de julho de 2004, a artista visual fala sobre o Fiteiro Cultural que foi apropriado pelo projeto Reverberações, evento que aconteceu na Mostra Artística do Fórum Cultural Mundial, ela também discorre sobre a Rede CORO (Coletivos em Rede e Ocupações) e o Grupo C.D.M. (Centro de Desintoxicação Midiática), do qual faço parte.

Sobre o Reverberações.
FV - Então, são várias coisas, a gente pode começar de agora e voltar. O Reverberações surgiu da necessidade de fazer com que a Rede CORO se fortalecesse e na verdade aconteceu de ter esta abertura, essa possibilidade no SESC de trazer artistas de outros estados para cá. A idéia Reverberações talvez venha de uma crença de que... de ações que reverberam, ações que se multiplicam, que chegam a outras pessoas e transformam as outras pessoas ou o entorno aonde essas ações acontecem.

A escolha do C.D.M.
FV - O C.D.M. foi uma escolha, na verdade por estar trabalhando com mídia, por serem três artistas do sul, e não estarem em Porto Alegre e estarem em Pelotas. Dois grupos vieram do sul, o P.O.I.S. que é de Porto Alegre e o C.D.M. que é de Pelotas, possibilitar ter os dois faz diferença sim, tem diferenças.

A Rede CORO e os coletivos.
FV - O CORO em si é a compreensão de que é um momento viável e possível de encontro de artistas, eu acho que o maior foco do CORO é o encontro; o encontro físico, e o encontro de troca de informações e essa rede de colaboração. A Roosevelt é uma possibilidade de ação, mas o CORO existe independentemente da Roosevelt, é que a Roosevelt foi o estopim para a gente também entender que existe a necessidade de ações, ações no espaço público. Que existe esta necessidade e essa vontade, e que ali era um lugar viável de acontecer um encontro com prática real.
Mas independente da Roosevelt acontecer ou não, o CORO em si é essa rede de colaboração que está se espalhando pelo Brasil, ela parte de um rastreamento de coletivos. O coletivo como essas ações e aglutinações de pessoas e agrupamentos e que estão preocupados, e que trabalham olhando para o outro.
O coletivo em si já está trabalhando, ele já tem experiência em trabalhar com o outro, seja no processo de criação, seja com o outro essencialmente na realização do trabalho. Não que o artista sozinho não tenha esse potencial ou não tenha isso no próprio trabalho, pelo contrário, até acredito que existam coletivos de um. São pessoas que estão com essa disponibilidade, e disponibilidade de se agrupar com outros tantos que também estão buscando as mesmas coisas.

O Fiteiro Cultural de Fabiana de Barros.
FV - O Fiteiro Cultural foi uma sorte, é um trabalho da Fabiana de Barros que é uma artista brasileira do norte, hoje ela mora na Suíça, já levou o Fiteiro para vários países. Ela é uma senhora muito descolada, muito ágil e muito ativa, com uma produção muito atual. Ela entrou em contato com o SESC, e na verdade foi um encontro de projetos, o projeto Reverberações que se encontrou com o projeto da Fabiana de Barros que é o Fiteiro Cultural e viabilizou esta troca. O Fiteiro Cultural já parte dessa premissa do outro, de estar no espaço público, de estar se adaptando a esse lugar.

Uma avaliação do Reverberações.
FV - Ainda é cedo para ter uma avaliação com muita clareza. De maneira geral foi positiva, teve troca. Para uma primeira experiência, para uma primeira possibilidade, foi bem legal. Cada um já vai voltar para sua casa com história para contar e fortalecer a rede.
A minha expectativa é que não aconteça só em São Paulo, e o CORO por ser essa rede de colaboração... Hoje a gente tem um banco de dados organizado, um material grande e possível de se fazer um projeto e que cada um na sua cidade se organize para que isso aconteça circulando, e que a gente possa levar essa experiência para outros lugares. Espero que com apoio porque é uma coisa a se aprender cada vez mais. Cada vez mais as instituições e a Prefeitura... Enfim, existe dinheiro para a cultura sim, e ela está de uma maneira geral muito mal aplicada. E acho que é mais um trabalho nosso começar a nos colocar nesse sentido, e de montar projetos que façam sentido, que tenham haver com o que a gente acredita.
Hoje o CORO, tanto o e-grupo como o banco de dados estão completamente abertos para quem quiser, seja um artista independente, seja um coletivo ou não. Se a gente pensar essa rede de colaboração de uma maneira realmente aberta, a diversidade está dentro e aí cabe todo mundo.

Rede CORO - http://www.triplov.com/wiki/index.php?coro
Grupo C.D.M. - www.fotolog.net/grupocdm



Um comentário:

pablodelarocha disse...

ai leo... seu exibido...
eu tb tenho um blog tah??
mesmo naum escrevendo nada nele...
abraço